Através da tela do seu celular você pode ter acesso a um conteúdo educativo sobre obras especialmente selecionadas nas exposições de acervo do MON. O “Acesse para Perceber” é um dispositivo de mediação em arte dirigido para o público espontâneo (visitantes sem agendamento). Os conteúdos disponíveis na plataforma contemplam obras das diferentes coleções de artes visuais, arquitetura e design, em cartaz no MON. Algumas dessas obras possuem também a versão do conteúdo em audiodescrição para pessoas cegas e com baixa-visão. O material é disponibilizado por meio de códigos QR que dão acesso aos textos e aos arquivos em áudio.

Sobre o programa

 Para conhecer, aponte a câmera do seu celular nos QR Codes presentes nas obras selecionadas e exposições de acervo.

Acesse para Perceber

O projeto Acesse para Perceber é um dispositivo de mediação em arte dirigido para o público espontâneo (visitantes sem agendamento). Os conteúdos ofertados pelo projeto contemplam uma seleção de obras das diferentes coleções de artes visuais, arquitetura e design, cinco dessas obras possuem também a versão do conteúdo em audiodescrição para pessoas cegas e com baixa-visão. O material é disponibilizado por meio de códigos QR que dão acesso às fichas e aos arquivos em áudio. A proposta baseia-se na formação para a autonomia e para a emancipação do sujeito na exploração do espaço expositivo e na sua relação com a arte. O projeto desperta também o interesse junto a outros perfis de visitantes espontâneos do museu, como o público adolescente e jovem, já habituado à customização de serviços e à procura de informações complementares para aqueles assuntos que despertam o suas curiosidades.

Sentado com seus braços apoiados sobre uma perna, o atleta aqui descansa. 

Esta obra faz parte da série “Atletas”, na qual o escultor Bruno Giorgi passou a usar o bronze em suas esculturas. Nasceu em Mococa, São Paulo, mas realizou a maior parte de sua trajetória no Rio de Janeiro. Giorgi também teve parcerias com outros artistas escultores como Francisco Stockinger, que também tem uma obra no Pátio das Esculturas.

Perceba como a figura foi representada. As esculturas desta série denominada “Atletas” possuem corpos alongados e desprovidos de muitos detalhes, porém, ricos na essência da forma. O que mais chama a sua atenção nesta escultura? 

Agora, observe a região do rosto. Que sentimentos podemos imaginar em uma suposta expressão facial do atleta representado? 

Note as proporções corporais da figura e, ao observar, caminhe em torno da obra. Os atletas possuem corpos muito distintos, a depender do esporte praticado. Quais características você mais notou na escultura? Que esporte você sugere que este atleta pratica?

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Acesse para perceber

Escultura em bronze
72 x 47 x 53,5cm

Bruno Giorgio

O renomado arquiteto e importante colaborador no projeto de construção de Brasília (DF), Oscar Niemeyer, possui obras em diversos lugares do mundo. Foi ele também quem projetou os dois edifícios do Museu Oscar Niemeyer. 

Uma característica marcante nos seus trabalhos é a utilização das curvas sinuosas, as quais ele relacionava com aspectos das montanhas, dos rios e das nuvens do céu. Dizia ele que “de curvas, é feito todo o Universo”. Da mesma maneira, “Forma no Espaço V” propõe uma relação com os elementos arquitetônicos. Você consegue pensar que elementos são esses? 

Perceba que ela é formada por dois arcos que se apoiam em uma primeira estrutura reta, criando um diálogo entre o sólido das formas geométricas (retas) e o movimento proporcionado pelas formas orgânicas (curvas), resultando em uma obra leve que interage com o espaço. 

Caminhe em torno da obra. Como ela dialoga com as outras esculturas e com o restante do espaço?

Aço esmaltado
277 x 90 x 19 cm

Oscar Niemeyer

A dupla de irmãos Gustavo e Otávio Pandolfo, conhecidos como “OSGEMEOS”, sempre viveram o espaço urbano como um lugar de pesquisa. Suas produções tiveram início na década de 1980 e foi pela imersão na cultura hip hop que os irmãos desenvolveram uma linguagem artística própria.

Olhando para a pintura à sua frente, observe bem os personagens. O que eles estão fazendo? Quais diferenças ou semelhanças são possíveis perceber entre eles? Que tipo de história essa imagem parece contar? OSGEMEOS contam histórias – às vezes autobiográficas – cujas tramas envolvem fantasia, relações afetivas, questionamentos, sonhos e experiências de vida.

O vão livre do MON já foi um espaço em que b-boys e b-girls de Curitiba (PR) se encontravam para dançar. Essa obra é uma homenagem a essa história. 

Realizada em 2021, como parte da exposição “OSGEMEOS: Segredos”, é interessante notar como OSGEMEOS utilizaram os relevos e elementos da parede para criar a cena. Note como os personagens interagem com esses elementos.

As obras d’OSGEMEOS nos convidam a entrar em um mundo imaginário. Pedem-nos a chance de perceber todo o universo mágico criado pelos artistas. Deixe-se sentir. 

Tinta Spray
220 x 900 cm

Gustavo e Otávio Pandolfo (OSGEMEOS)

Uma das principais características das obras do belo-horizontino Alfredo Ceschiatti é a superfície lisa, sem muitas texturas, como observamos na escultura “Baía de Guanabara”.

Olhando atentamente a obra: quais diferenças ou semelhanças você percebe entre ela e outras obras de figuras humanas presentes no Pátio das Esculturas?

O título da obra faz referência às formações rochosas do Pão de Açúcar e da Pedra da Urca, localizados na Baía de Guanabara, no Rio de Janeiro. 

Que tal observar essa obra de longe? A escultura, que apresenta a figura de uma mulher deitada, faz você imaginar a representação sugerida pelo artista no título da obra? Você consegue enxergar outras inspirações ou referências utilizadas nessa escultura?

Além de outros trabalhos, Ceschiatti também é autor da icônica escultura “A Justiça”, localizada em frente ao edifício-sede do Supremo Tribunal Federal, na Praça dos Três Poderes, em Brasília.

Escultura em bronze
62 x 163,5 x 42,5cm

Alfredo Ceschiatti

A obra de Tomie Ohtake, artista japonesa naturalizada brasileira, traz a materialização do traço livre e gestual que se desenrola no espaço. Essa obra é parte da série de esculturas “Linhas no Espaço”. 

Perceba como ela é a mais alta entre todas as demais. Seu traço longo eleva-se como uma gigantesca serpentina branca lançada para o infinito do céu. Que movimentos a artista pode ter feito ao desenhar essa obra? Usando o seu dedo indicador, experimente fechar um dos olhos e desenhar uma escultura no espaço ao seu redor. Tomie Ohtake dizia que “Poucos elementos devem dizer muita coisa”. Pensando nisso, reflita: quantos traços cabem dentro de uma escultura? 

Nessa obra, a forma é o elemento principal. Considerando que Tomie Ohtake se dedicou a uma extensa pesquisa sobre as cores, suas transparências e variações, por que você acha que a artista optou pela cor branca?

Tomie Ohtake destacou-se na pintura, na gravura e na escultura. Produziu inúmeras obras públicas, com destaque para o Brasil e o Japão. Em sua extensa trajetória, realizou mostras individuais e conquistou prêmios em diversos salões brasileiros. Com seu renome, Tomie era convocada para receber personalidades internacionais, tornando-se, portanto, uma espécie de embaixatriz das artes e da cultura no Brasil.

Tubo de aço carbonizado
718 x 408 x 120cm

Tomie Ohtake

O renomado arquiteto e importante colaborador no projeto de construção de Brasília (DF), Oscar Franz Weissmann, artista austríaco, apresenta o vazio como um espaço no qual o olhar atravessa, percorre, caminha. Perceba que, nesta escultura, o artista cria uma espécie de moldura com linhas retas para a forma circular presente em seu interior. A forma da escultura lembrar alguma coisa para você? 

Agora, toque na obra. Considerando que ela é feita de aço, a temperatura e a textura dela condizem com a ideia que você tem sobre esse material? Como você imagina que ela foi realizada? Por quais processos de produção você acha que ela passou? 

Caminhe ao redor da escultura. Perceba como ela se apoia sobre os vértices das próprias linhas, a forma que se constrói a partir da junção de três placas de metal dobradas e soldadas. Olhe para as formas circulares que os espaços vazios sugerem. Observe de perto a cor vermelha. Com cuidado, experimente o interior da obra. Qual é a forma do vazio? 

O que o título dessa obra sugere? Apesar do nome “Flor Mineral”, Franz não propõe um significado único para ela. A percepção é subjetiva e pode ser analisada e decifrada à sua maneira. 

Aço esmaltado
202 x 210 x 210 cm

Franz Weissmann

A obra “Convergência de Horizontes”, da artista paulista Amélia Toledo, nos coloca diante de grandes placas metálicas idênticas, posicionadas lado a lado e que possuem a parte inferior oxidada e a superior, polida. A diferença entre os dois estados, nas placas, sugere alguma reflexão? 

A passagem do tempo é marcada por meio da materialidade da obra, neste caso, a oxidação. Esse processo ocorre gradativamente através do tempo: ao apresentar as placas oxidadas, Amélia Toledo nos convida a questionar sobre material e tempo. 

O que as palavras “material” e “tempo” têm de relevante para a obra à sua frente?

O horizonte pode significar um propósito, uma perspectiva. Posicione-se em frente à obra – o que você vê? O que o reflexo no metal mostra? O que você enxerga no horizonte de Amélia Toledo?

Aço inox jateado com granalha de ferro
212 x 130 x 113 cm

Amélia Toledo

Nascido em Curitiba, Paraná, Erbo Stenzel foi autor de diversas obras na capital. Ele tornou-se renomado principalmente pelas suas esculturas na Praça 19 de Dezembro. “Torso do Trabalhador” é uma das obras acadêmicas realizadas por Erbo, em 1941, em seu terceiro ano da Escola Nacional de Belas Artes. Tente observar cada detalhe, dê uma volta em torno da obra: quais são suas primeiras impressões? 

Esta obra pode ser tocada. Experimente sentir o material do qual ela foi feita. Observe como o artista realizou o acabamento da superfície da escultura e perceba as diferentes texturas. Quantas você identificou? Como você imagina que ele realizou a modelagem desta obra?

A representação da escultura é a de um trabalhador que segura uma espécie de ferramenta. Você consegue identificar que objeto é esse? Continue observando atentamente, imagine as condições de trabalho do homem representado. Com o que ele aparenta trabalhar?

Escultura em bronze
103 x 52 x 44cm

Erbo Stenzel

A obra “Sem Título (Estrutura Azul)”, do escultor baiano Emanoel Araújo, é uma composição abstrata. As formas geométricas dobradas e soldadas formam este objeto verticalizado que interage com o espaço. 

Dê uma volta em torno da obra e pense como seu corpo pode interagir com a estrutura – você pode tocá-la com cuidado, se quiser. Observe suas formas, relevos, dobras e espaços vazados. Pense no seu tamanho em relação à obra; como você se sente? É possível sentir-se parte da obra?

Obras abstratas permitem que a nossa interpretação seja mais livre, mas também permitem a valorização das linhas e formas que compõem a peça e seu entorno. Note como a luz se comporta ao incidir na obra – e as sombras, como elas acontecem? Como a luz do dia dialoga com essa “Estrutura Azul”?

Emanoel Araújo tinha grande interesse pela reestruturação do universo da arte africana. Atuou como curador em mostras ligadas à cultura negra e indígena no Brasil. 

Aço com esmalte azul
228 x 228 x 237 cm

Emanoel Araújo

A obra da ponta-grossense Carla Vendrami nos convida a pensar sobre as barreiras geográficas e sociais que nos permeiam. 

Olhe atentamente para a obra. Para você, as grades amarelas, sobrepostas e de diversos tamanhos e formas, sugerem quais reflexões? Elas são evidentes?

Siga pensando: para além das barreiras físicas, sociais e geográficas entre as pessoas, quais outras fronteiras você acredita que existam entre você e o “outro”? 

Em sua obra, a artista aborda também questões de alteridade, que é a nossa capacidade e exercício de compreensão e percepção da existência do outro, com todas as suas diferenças e singularidades. 

O que podemos aprender sobre nós mesmos observando os outros? Você concorda que é por meio da interação com o próximo que compartilhamos e atravessamos experiências? É possível observar que, por meio das diferenças, construímos e reconstruímos nossas identidades e perspectivas?

Aço esmaltado
170 x 230 x 70 cm

Carla Vendrami

O artista cearense Sérvulo Esmeraldo desafia nosso imaginário, cria um enigma com suas formas. Ele aprecia a transparência dos elementos geométricos e desenvolve sua progressão – fato que contribui para diferentes formas de olhar e contemplar sua obra, a partir de cada ângulo da escultura. 

Perceba as duas estruturas quadradas feitas de ferro policromado. Elas estão apoiadas pelo seu vértice e fixadas no solo. A figura em posição diagonal parece ganhar movimento e equilíbrio. Elas são idênticas? Tente afastar-se da obra. Que forma você enxerga? Ela sugere algum volume? 

Muitas obras do artista apresentam formas geométricas vazadas, mas que criam volumes imaginários. Observando a obra “Cubo”, como você faria para formar algum tipo de volume nesta peça? Esta obra permite que o espectador vivencie a formação de uma estrutura com arestas invisíveis, sugerindo a existência de um cubo. 

Ferro pintado
282 x 282 x 6,5 cm

Sérvulo Esmeraldo

Nascido em Traun, na Áustria, Stockinger migrou para o Brasil em 1921 com dois anos. Consagrou-se no Rio de Janeiro como artista e foi aluno de Bruno Giorgi, o qual também possui obras aqui, no Pátio das Esculturas do Museu.

Francisco Stockinger ganhou notoriedade com suas representações do corpo humano com viés expressionista, movimento caracterizado por gestos rápidos e carregados de sentimentos. 

Stockinger utiliza variados materiais e acabamento áspero em suas obras, o que resulta em algumas texturas incomuns. Com isso em mente, toque na obra e sinta a sua textura. Que sentimento a aspereza da obra lhe causa? O que essa textura pode significar?

Em algumas de suas produções, o artista demonstrava preocupações com a sociedade e o mundo. Olhando para “Magrinhas”, o que você acha que inquietou Stockinger para produzir esta obra?

Escultura em bronze
227 x 52 x 45cm

Francisco Stockinger

Nascido em Curitiba, Paraná, Erbo Stenzel foi autor de diversas obras na capital. Erbo tornou-se renomado principalmente pelas suas esculturas e relevo na Praça 19 de Dezembro (Curitiba/PR).

A escultura representa uma mulher. Perceba como o artista fez seus cabelos, os olhos e todos os outros detalhes de sua fisionomia.

Dê uma volta ao redor da obra. Agora, olhando para o seu rosto, ela parece expressar algum sentimento? Você daria outro nome para “A Mulher Reclinada”?

“A Mulher Reclinada” foi esculpida em 1941, momento em que Erbo estudou na Escola Nacional de Belas Artes no Rio de Janeiro. Quando o escultor voltou para Curitiba, em 1949, trouxe consigo a escultura.

Escultura em bronze
81,5 x 97 x 54 cm

É comum vermos figuras de poder sendo representadas em esculturas, especialmente em parques e praças. Pense nas personalidades que você já viu nos lugares por onde passou: você já encontrou mulheres negras representadas em esculturas? 

A modelo para a criação da escultura foi Emerenciana Cardoso Neves, que, além de escultora reconhecida, foi cantora e compositora, como mostra a pesquisa “Travessia em Água pro Morro: A História nos Pertence”, da artista Eliana Brasil. 

O autor da escultura, Erbo Stenzel, nasceu em Curitiba, Paraná, e foi autor de várias obras na cidade. Erbo tornou-se renomado principalmente pelas suas esculturas e relevo na Praça 19 de Dezembro. O artista apresentou a obra “Água pro Morro” no Salão Nacional de Belas Artes de 1944, ansiando o prêmio de viagem ao exterior, mas a escultura foi considerada hors concours (“fora de competição”), por ter características técnicas superiores às das outras obras. 

Olhando atentamente para a obra, quais características chamam a atenção nessa escultura? O que essa mulher está fazendo? Para onde ela está indo?

Pátio das Esculturas

Bruno Giorgio

Oscar Niemeyer

Gustavo e Otávio Pandolfo (OSGEMEOS)

Alfredo Ceschiatti

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