Poty, poeta do traço
No ano em que Itaipu comemora o seu 40º aniversário, o Ecomuseu de Itaipu tem o privilégio de receber a exposição “Poty, o poeta do traço”, realizada em parceria com o Museu Oscar Niemeyer (MON) e a família do artista.
Artista
Poty Lazzarotto
Curadoria
Museu Oscar Niemeyer
Período em cartaz
De 16 de outubro de 2014
Até 8 de fevereiro de 2015
Local
Ecomuseu – Itaipu Binacional
SAIBA MAIS SOBRE A EXPOSIÇÃO
O traço que une Poty e Itaipu
Para nós de Itaipu, é um imenso orgulho homenagear Poty Lazzarotto, um dos principais artistas brasileiros e paranaenses do século XX. Mestre das artes visuais e figura intelectual de grande estatura, sua obra reflete o dinamismo de um artista versátil, multitalento e prolífico.
Mais conhecido pelos seus trabalhos monumentais, em espaços abertos, como os murais espalhados por Curitiba e diversas outras cidades do Brasil e do exterior, ele deixou uma vasta e variada produção de desenhos, gravuras, painéis, vitrais, serigrafia e litografia.
Uma pequena parte dos seus trabalhos mais representativos em desenhos e gravuras, criteriosamente selecionados, poderá ser vista no Ecomuseu de Itaipu.
Na verdade, esta exposição marca o reencontro entre Poty e Itaipu, uma parceria selada em 1998, quando ele aceitou o convite da hidrelétrica para criar um painel em homenagem aos mais de 100 mil operários que participaram da sua construção. Quis o destino que este fosse o seu último grande projeto.
O magnífico “Painel do Barrageiro”, estrategicamente localizado no Mirante Central da usina de Itaipu, executado em colaboração com o Adoaldo Renato Lenzi, só seria inaugurado postumamente, em novembro daquele ano, cerca de seis meses após o falecimento de Poty.
Na realização dos seus murais, embora utilizasse diversos materiais, Poty tinha clara predileção pelo concreto aparente. Itaipu, uma das maiores obras em concreto armado do mundo, oferecia o cenário perfeito para um mural com o seu inconfundível traço.
Como não poderia deixar de ser, o Painel do Barrageiro, com 25 metros de cumprimento e 3,5 m de largura, é formado por um arco com uma face de azulejo e a outra em concreto em alto relevo. O traço do artista deu leveza estética ao trabalho duro dos barrageiros que ergueram a obra monumental de Itaipu.
Mestre do ofício, Poty conquistou merecido reconhecimento em vida. Sua contribuição para desenvolvimento das artes visuais brasileiras o colocam definitivamente no panteão dos maiores artistas do século XX. Esta exposição presta, portanto, o devido tributo a um artista seminal para a formação da identidade artística paranaense.
A abrir as portas para “Poty, o poeta do traço”, o Ecomuseu de Itaipu fecha 2015 com chave de ouro, presenteando Foz do Iguaçu, no seu centenário, como mais uma belíssima exposição.
Jorge M. Samek
Diretor-Geral Brasileiro de ITAIPU Binacional
Imagens
Poty Lazzarotto é poeta do traço. No tema, na forma, na cor, no preto e branco. Descrevia o que via, o que acontecia. Nas fábricas, nas ruas, nos prostíbulos. Descreveu também torturas, demônios e cenas eróticas. Retratou a relação do homem com seu ofício. Imprimiu força ao traço, trouxe leveza ao cotidiano.
Iniciou os murais com madeira. Como ilustrador foi um historiador. Contou a história de sua infância, de um menino da periferia, de um menino feliz. Vida simples. Descreveu seus avós, pais e irmão. O desenho de Poty era sempre algo sem precedentes. Não havia mesmice, não havia a pretensão de ser moderno ou vanguardista. Poty era ele mesmo, sempre.
A síntese da paisagem transcende o desenho. Quando desenha um pinheiro, o recorta, como se imprimisse outro significado ao objeto. O simbolismo torna-se real, Poty vai além. O sujeito e o objeto se encontram no traço marcante de Poty, revelando a qualidade do seu trabalho. Como gravador e contemporâneo de Goeldi, descreve o cotidiano mais do que a paisagem: fazia poesia do dia a dia.
Equipe do Museu Oscar Niemeyer
“(...) se o Paraná não produzir daqui pra frente nenhum artista mais, só com o Poty estará à frente de todas as outras províncias brasileiras.”
Darcy Ribeiro
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Período em cartaz
Até 8 de fevereiro de 2015
Local
Ecomuseu – Itaipu Binacional