MON realiza a terceira edição de “Afinidades”, iniciativa que aproxima o seu acervo do público
Será inaugurada no dia 22 de novembro, data do aniversário de 22 anos do Museu Oscar Niemeyer, a exposição “Afinidades III – Cochicho”. É a terceira edição de uma realização do MON, que teve início em 2021. Com curadoria de Marc Pottier, o artista contemporâneo Luiz Zerbini selecionou obras de cinco importantes nomes da arte paranaense para serem apresentadas ao lado das suas, na Sala 7.
Para a secretária de estado da Cultura, Luciana Casagrande Pereira, “Afinidades III – Cochicho” reforça o compromisso do Museu Oscar Niemeyer com a valorização do acervo paranaense e com a promoção de diálogos entre diferentes gerações de artistas. “Este é um projeto que aproxima o público do rico patrimônio cultural do Paraná, além de criar novas conexões a partir do olhar de Luiz Zerbini sobre a natureza e as paisagens brasileira e paranaense”, afirma.
“É muito mais que uma mostra. É a terceira edição de uma importante realização do Museu Oscar Niemeyer que intenciona valorizar e dar visibilidade ao seu acervo”, explica a diretora-presidente do MON, Juliana Vosnika.
Ela lembra que a primeira edição do projeto “Afinidades” convidou artistas paranaenses, ou com forte ligação com o nosso Estado, a fazerem uma imersão no acervo do MON. “A partir daí, surgiram afinidades entre obras, artistas e curadores”, comenta.
A segunda edição, em 2022, reuniu apenas artistas mulheres, de diversas regiões do Brasil, que mergulharam na coleção permanente do Museu. “O olhar feminino das convidadas conferiu à exposição uma grande diversidade de obras, passando por épocas e temáticas distintas. O resultado instigou e sensibilizou o espectador, a partir de diferentes abordagens”, diz Juliana.
Desta vez, Zerbini selecionou obras de cinco importantes nomes da arte paranaense que estão presentes no acervo do MON: Guido Viaro, Miguel Bakun, Bruno Lechowski, Guilherme William Michaud e Theodoro de Bona. “Em comum, ou por afinidade, assim como as suas obras apresentadas aqui, todos os trabalhos escolhidos têm como tema a natureza”, explica a diretora. “O resultado é surpreendente”.
Curadoria
De sua autoria, Luiz Zerbini apresenta na exposição 44 pinturas, 11 aquarelas e 12 monotipias. “Com estas obras, ele nos leva para sua intimidade”, explica o curador, Marc Pottier. Segundo ele, após visitar as coleções do MON, o artista decidiu apresentar pela primeira vez o que chama de “diários de viagem”: obras suas em que a natureza é sempre o tema principal.
“No acervo do MON, Zerbini encontrou artistas paisagistas cujas visões o sensibilizaram”, explica o curador. Pottier afirma que Zerbini sempre esteve atento a esse tipo de trabalho, observando com atenção, por exemplo, as paisagens mineiras de Guignard (1896-1962), os diálogos cromáticos do artista paulista Rodrigo Andrade (1962-), as marinhas de Pancetti (1902-1958), as obras do paisagista francês Corot (1796-1875) e do artista americano Winslow Homer (1836-1910), conhecido pelas suas paisagens marítimas, entre outros.
“Com ‘Afinidades III – Cochicho’, ele traz para o MON esse olhar delicado e intimista em relação à natureza, criando, assim, um momento para se parar e meditar, antes que seja tarde demais”, diz o curador.
O artista Luiz Zerbini explica que, para ele, cochicho é uma conversa de pé de ouvido ao ar livre, entre artistas paisagistas que passaram muitas horas sozinhos, em silêncio, pintando, olhando a natureza, o horizonte, as montanhas e a costa brasileira. “Cochicho é uma oportunidade de dar voz ao silêncio”, diz.