Man Ray
Em Paris
MON realiza a exposição “Man Ray em Paris”
A primeira exposição do artista Man Ray no Brasil, com 255 obras, poderá ser vista em Curitiba a partir do dia 12 de março, numa realização do Museu Oscar Niemeyer (MON). Fotógrafo, pintor, escultor e cineasta, Man Ray foi um dos maiores artistas visuais do início do século XX e expoente do movimento surrealista.
São objetos, vídeos, fotografias e serigrafias de tamanhos variados, desenvolvidos durante os anos em que viveu em Paris, entre 1921 e 1940, seu período de maior efervescência criativa.
"Paris era uma festa na década de 1920. E foi naquele efervescente cenário cultural, que abrigava artistas de todos os continentes, que chegou Man Ray. Sua vasta obra, produzida nas décadas em que lá viveu, está agora reunida no Museu Oscar Niemeyer, numa oportunidade única oara os visitantes", afirma a diretora-presidente da instituição, Juliana Vosnika.
Artista
Man ray
Curadoria
Man ray
Período em cartaz
De 12 de março de 2020
Até 30 de agosto de 2020
Local
sala 4
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SAIBA MAIS SOBRE A EXPOSIÇÃO
Em exposição
Com curadoria de Emmanuelle de l’Ecotais, especialista no trabalho do artista e responsável por seu Catálogo Raisoneé (inventário da obra), a mostra é dividida em duas categorias. A primeira trata da fotografia como um instrumento de reprodução da realidade, focando-se em seus famosos retratos – seu ateliê era uma referência entre a vanguarda intelectual que circulava pela Paris da década de 1920 –, nos ensaios para a grife de Paul Poiret e em fotos para reportagens. Já na segunda, outro lado se revela: o da manipulação da fotografia em laboratório com o intuito de criar superposições, solarizações e “rayografias”, um termo criado por Man Ray (do inglês “rayographs”) em alusão a si mesmo. Assim, portanto, ele inventa a fotografia surrealista.
O projeto da exposição prevê, ainda, reproduzir imagens da vida parisiense de Man Ray acompanhado pelos artistas que lhe foram contemporâneos e por sua musa, Kiki de Montparnasse. Além de uma programação de filmes assinados por ele, intervenções como um laboratório fotográfico, com elucidações sobre as técnicas utilizadas em sua obra, marcam a interatividade com o visitante.
Para a curadora, esta retrospectiva, pela primeira vez no Brasil, procura abranger a imensa e multiforme obra de Man Ray e apresenta a lenta maturação de sua produção artística e um panorama completo de sua criatividade. Emmanuelle de l’Ecotais ressalta que, apesar de ser conhecido principalmente por sua fotografia, é também criador de objetos, realizador de filmes e faz-tudo genial. “Após tornar-se rapidamente fotógrafo profissional, sua obra oscila, de maneira contínua, entre o trabalho de encomenda – o retrato, a moda – de um lado e o desejo de realizar uma ‘obra artística’ do outro. Em suas palavras, ‘o artista é um ser privilegiado, capaz de livrar-se de todas as restrições sociais, cujo objetivo deveria ser alcançar a liberdade e o prazer’”.
O artista
Emmanuel Radnitzky, mais conhecido pelo pseudônimo Man Ray, foi pintor, fotógrafo, object-maker, escultor e cineasta, tornando-se um dos mais destacados artistas vanguardistas do século XX. Nasceu na Filadélfia, Estados Unidos, em 1890, e na juventude mudou-se para Nova York. Lá iniciou seus estudos no The Social Center Academy of Art. Ainda na década de 1910, conheceu Marcel Duchamp e outros artistas que compunham o movimento dadaísta nova-iorquino. Em 1921, partiu para Paris, cidade que o acolheu por quase 20 anos, até o cerco nazista, em 1940. O período em que viveu na capital francesa foi de imensa ebulição cultural não só para ele, mas para diversos outros artistas que consolidaram o local como um dos maiores centros culturais do mundo, num contexto em que diversas formas de arte floresciam, sobretudo na década de 1920. Por lá, Man Ray se inseriu no movimento surrealista e conciliou seu trabalho como fotógrafo de renome entre a intelectualidade francesa com seu lado artístico, que manipulava fotos em laboratório para a produção de obras de arte. Durante a Segunda Guerra Mundial, voltou para os Estados Unidos, onde fotografou celebridades de Hollywood e da moda. Regressou à Europa com o fim da guerra e, nos anos seguintes, obteve reconhecimento pela excelência de seu trabalho, conquistando prêmios como a Medalha de Ouro da Bienal de Fotografia de Veneza, em 1961, publicando suas fotos e exibindo sua obra ao grande público. Man Ray faleceu em Paris, em novembro de 1976.
A curadora
Emmanuelle de l’Ecotais foi por 17 anos curadora de fotografia no Musée d’Art Moderne de la Ville de Paris desde 2001. Com PhD em História da Arte, é especialista na obra de Man Ray, tendo organizado diversas exposições sobre o artista, entre elas, “Man Ray, la photographie à l’envers”, no Centre Pompidou/Grand Palais, em 1999. Outras mostras com sua curadoria foram “Alexandre Rodtchenko, la photographie dans lil” (2007); “Bernhard et Anna Blume”; “Polaroïd”, na Maison Européenne de la Photographie (2010); “Linder, Femme-Objet”, no Musée d’Art Moderne/ARC (2013); “Jean-Philippe Charbonnier, lil de Paris”, no CMP, Paris (2014); “Objectivités, la photographie à Düsseldorf” (2008); “Henri Cartier-Bresson et l’imaginaire d’après nature” (2009). É autora de diversos ensaios e livros, entre estes, “L’esprit Dada” (Editions Assouline, 1999); “Man Ray” (Taschen, 2000); “Man Ray Rayographies” (Editions Léo Scheer, 2002) e é membro permanente de comitês de aquisição do Fonds National d’Art Contemporain (2004-2007) e da Maison Européenne de la Photographie (2007-2010). É também parte do júri em artes visuais para jovens talentos de Paris, Prêmios de Fotografia do Royal Monceau Hotel.
Imagens
Materiais da Exposição
Primeira retrospectiva de Man Ray no Brasil, esta exposição procura abranger sua imensa e multiforme obra. Conhecido principalmente por sua fotografia, Man Ray também foi criador de objetos, realizador de filmes e faz-tudo genial. Ele chega a Paris em 1921, onde permanece até a Segunda Guerra Mundial e para onde retorna definitivamente em 1951. Foi nessa cidade que sua arte original se desenvolveu e mais repercutiu.
Após tornar-se rapidamente fotógrafo profissional, sua obra oscila, de maneira contínua, entre o trabalho de encomenda (o retrato, a moda), de um lado, e o desejo de realizar uma “obra artística”, do outro. Integrante do grupo Dadá desde seus primeiros trabalhos em Nova York e, em seguida, figura central do Surrealismo, Man Ray manifesta, ao longo de toda a sua vida, uma atitude de diletante entretido, cultivando o acaso como algo vivaz e apaixonante, a fim de ocultar a parte atarefada de seu trabalho. Em suas palavras, “o artista é um ser privilegiado capaz de livrar-se de todas as restrições sociais, cujo objetivo deveria ser alcançar a liberdade e o prazer”.
Esta exposição, por meio de quase 250 obras, entre as quais se destacam os contatos originais, não apenas elucida a lenta maturação da obra de Man Ray, como também apresenta um panorama completo de sua criatividade. Das primeiras obras dadaístas ao retrato e à paisagem, da moda às imagens surrealistas, de seus trabalhos comerciais a uma seleção de seus objetos e filmes, e à sua vontade de revelar outra realidade, reúnem-se na mostra toda a complexidade e a riqueza do que ele nos legou.
EMMANUELLE DE L’ECOTAIS
CURADORA
Biografia _ Biography
Man Ray (Emmanuel Radnitzky, dito / so-called Man Ray)
1890
_ Nasce em 20 de agosto na Filadélfia (Pensilvânia,
Estados Unidos).
1911
_ Vive em Nova York.
Frequenta a 291 Gallery, de Alfred Stieglitz.
1912
_ Muda-se para Ridgefield (Nova Jersey).
1913
_ Descobre as obras de Marcel Duchamp no Armory Show (Exposição Internacional de Arte Moderna).
Conhece a poeta belga Donna Lecoeur (Adon Lacroix), com quem se casa no mês de maio.
1915
_ Publica The Ridgefield Gazook, pequeno in-fólio de espírito dadá.
Conhece Marcel Duchamp.
Realiza suas primeiras reproduções fotográficas para o catálogo de sua exposição na Daniel Gallery, em Nova York (outubro–novembro).
Volta a residir em Nova York.
1916
_ Primeiros retratos fotográficos.
1917
_ Primeira aerografia. Primeiro cliché verre.
1920
_ Criação da Société Anonyme, com Marcel Duchamp e Katherine Dreier.
Fotografa uma parte do Grande Vidro, de Marcel Duchamp, intitulado mais tarde por este Criação de Pó.
1921
_ Primeira exposição de uma fotografia em um salão,
15ª Exposição Anual de Fotografias, Filadélfia (5 a 25 de março).
Publica com Marcel Duchamp o único número de New York Dada (abril).
Envia duas fotografias para o Salão Dadá: Exposição Internacional de Paris (6 a 30 de junho).
Encorajado por Marcel Duchamp, chega a Paris, França, em 22 de julho. A princípio, hospeda-se no mesmo hotel que Tristan Tzara, o Hotel des Boulainvilliers. Em seguida, em agosto, ocupa um quarto no apartamento de Yvonne Chastel e Marcel Duchamp, na rua Condamine, nº 22.
Começa a fazer reproduções para artistas, os quais retrata ao fim das sessões.
Conhece Adrienne Monnier, que lhe encomenda retratos dos escritores que ela edita.
Em dezembro, ocupa em quarto no Grande Hotel des Écoles, na rua Delambre, transformado num pequeno estúdio fotográfico.
Encontra Alice Prin, conhecida como Kiki de Montparnasse.
Exposição Dadá Man Ray, na Galerie Six (3 a 31 de dezembro).
Descobre a rayografia, muito provavelmente no fim de dezembro.
1922
_ Publicação de “Carta aberta ao Senhor Man Ray, fotógrafo americano”, sobre as rayografias, em Les Feuilles libres (abril–maio).
Em junho, seus retratos de artistas começam a ser publicados em Vanity Fair.
O sucesso como retratista lhe permite viver por sua própria conta: em julho, instala-se num ateliê de verdade, no nº 31bis da rua Campagne-Première.
Reprodução de Criação de Pó em Littérature (outubro).
Em dezembro, publica Os campos deliciosos, composto de 12 rayografias, com prefácio de Tristan Tzara.
1923
_ Contrata Berenice Abbott como sua assistente, a qual ocupa a função até 1926. Realiza seu primeiro filme, O retorno à razão, apresentado pela primeira vez na soirée dadá de Le Cœur à Barbe, no teatro Michel.
1924
_ Publica O violino de Ingres em Littérature (nº 13, junho). Em julho, começa a fazer fotografia de moda para a revista Vogue (edições inglesa, francesa e americana).
1925
_ Fotografa o Pavilhão da Elegância para a Vogue.
1926
_ Exposição na Galerie Surréaliste: Quadros de Man Ray e Objetos oceânicos (26 de março a 10 de abril).
Publica Preta e Branca na Vogue (francesa) no dia 1º de maio.
Realiza seu segundo filme, Emak Bakia, projetado no Teatro do Vieux Colombier no dia 23 de novembro.
Expõe rayografias na Exposição Internacional de Arte Moderna montada pela Société Anonyme (19 de novembro de 1926 a 1º de janeiro de 1927).
1927
_ Segue para Nova York a fim de acompanhar sua exposição Pinturas recentes e composições fotográficas na Daniel Gallery (fevereiro–abril).
1928
_ Colabora com o jornal Vu e passa a trabalhar apenas esporadicamente para a Vogue.
Participa da Exposição Surrealista, organizada pela galeria Le Sacre du Printemps (2 a 15 de abril), e do Salão dos Independentes da Fotografia, dito “Salon de l’Escalier”, no Teatro dos Champs-Elysées.
Realiza seu filme A estrela do mar, projetado no dia 13 de maio no Studio des Ursulines.
1929
_ Em janeiro, roda seu filme Os mistérios do Castelo do Dado na Villa Noailles, em Hyères.
Exposição Composições fotográficas de Man Ray no Arts Club of Chicago (5 a 19 de fevereiro).
Participa da Exposição International da Deutscher Werkbund, Filme e Foto, em Stuttgart (18 de maio a 7 de julho).
Conhece Lee Miller, que se torna sua assistente até 1932.
Monta um segundo ateliê na rua do Val-de-Grâce.
Descobre a solarização.
Exposição Quadros e últimas rayografias na Galerie des Quatre-Chemins (2 a 14 de novembro).
1930
_ Publicação da primeira monografia sobre Man Ray, escrita por Georges Ribemont-Dessaignes (Éditions Gallimard).
1931
_ Realiza um álbum publicitário com dez rayografias para a Electricité, companhia parisiense de distribuição de eletricidade.
Exposição Fotografias de Man Ray na galeria Alexandre III, em Cannes (13 a 19
de abril).
Publica imagens de Paris em Arts et Médecine (outubro).
1932
_ Participa da Exposição Surrealista na Julien Levy Gallery, em Nova York.
Fotografa a dançarina de cancã Lydia, cuja maquiagem lhe inspira a fotografia
As lágrimas.
1933
_ Colabora com a revista Minotaure, na qual publica seu texto “A era da luz”
(nº 3-4).
Passa o verão em Cadaqués com Marcel Duchamp, Gala e Dalí.
Fotografa a arquitetura de Gaudí em Barcelona.
1934
_ James Thrall Soby publica Fotografias de Man Ray – 1920 Paris 1934, com textos de Tristan Tzara, Paul Éluard, Rrose Sélavy (Marcel Duchamp) e André Breton.
Participa da exposição Minotaure no Palais des Beaux-Arts de Bruxelas (12 de maio a 3 de junho).
1935
_ Publica seu texto “Sobre fotografia” em Commercial Art and Industry (fevereiro, vol. XVIII, nº 104).
Inicia uma colaboração muito frutífera com a Harper’s Bazaar.
Realiza imagens para Fácil, de Paul Éluard.
Publica “Sobre o realismo fotográfico” em Cahiers d’Art (nº 5-6), traduzido do inglês por Paul Éluard.\
1936
_ Encontra Adrienne Fidelin, conhecida como Ady.
Participa da exposição Cubismo e Arte Abstrata no Museum of Modern Art de Nova York (2 de março a 19 de abril).
Instala-se na rua Denfert-Rochereau. Compra uma casa em Saint-Germain-en-Laye.
Passa o verão em Mougins com Picasso, Dora Maar, Ady, Nusch e Paul Éluard, Valentine e Roland Penrose.
Participa da exposição Arte Fantástica, Dadá e Surrealismo no Museum of Modern Art de Nova York (7 de dezembro de 1936 a 17 de janeiro de 1937).
1937
_ Aluga um apartamento em Antibes e se dedica à pintura.
Publica A fotografia não é a arte (GLM).
_ Rents an apartment in Antibes and dedicates himself to painting.
Publishes Photography is Not Art (GLM).
1938
_ Participa da Exposição Internacional do Surrealismo na Galerie des Beaux-Arts e fotografa todos os manequins expostos.
_ Durante o verão, após a França abdicar em face da Alemanha, deixa Paris rumo a Lisboa, de onde embarca para Nova York. Em seguida, em julho, instala-se em Hollywood, na Califórnia.
Conhece Juliet Browner.
1944
_ Últimas publicações na Harper’s Bazaar. Passa a fazer poucas fotografias, apenas retratos de Juliet e de seus amigos.
Primeira retrospectiva de sua obra, Man Ray: exposição retrospectiva, 1913 a 1944, no Passadena Art Institute (19 de setembro a 29 de outubro).
1946
_ Casa-se com Juliet Browner.
1951
_ Em março, retorna definitivamente para Paris com Juliet.
A princípio, instala-se na rua Jules Chaplain, nº 5.
Em setembro, muda-se para a rua Férou, nº 2bis, onde permanecerá até a sua morte.
1961
_ Medalha de Ouro da Bienal de Fotografia de Veneza.
1962
_ Exposição Man Ray, a obra fotográfica na Bibliothèque Nationale de France.
1963
_ Publica sua autobiografia Autorretrato (Boston, Little, Brown & Co), traduzida para o francês no ano seguinte (Paris, Robert Laffont).
1966
_ Exposição Man Ray no Los Angeles County Museum of Art (outubro).
1972
_ Exposition Man Ray no Musée National d’Art Moderne, em Paris (7 de janeiro a 28 de fevereiro).
1976
_ Falece em Paris no dia 18 de novembro.
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