O Feminino na Obra de Victor Brecheret
“O Feminino na Obra de Victor Brecheret” apresenta esculturas e desenhos que alternam materiais e técnicas variadas, como bronze e mármore, bico de pena e caneta-tinteiro, produzidos ao longo de décadas deste artista imprescindível no cenário nacional e internacional. A curadoria de Daisy Peccinini reúne mais de 100 obras, com esculturas relacionadas ao eterno feminino, simbolismo da Terra, a Grande Mãe, a deusa Gaia, Geia, dos gregos. Os trabalhos de Brecheret têm como característica o desenhar com poucas linhas, límpidas e leves, imagens femininas que tomam forma a partir de poucos traços.
Artista
Victor Brecheret
Curadoria
Daisy Peccinini
Período em cartaz
De 22 de setembro de 2023
Até 21 de janeiro de 2024
Local
Sala 1
Planeje sua visita
SAIBA MAIS SOBRE A EXPOSIÇÃO
O Museu Oscar Niemeyer (MON) realiza a mostra “O Feminino na Obra de Victor Brecheret”, que poderá ser vista na Sala 1 a partir do dia 22 de setembro. Com curadoria de Daisy Peccinini, a exposição apresenta mais de 100 obras desse importante nome do cenário nacional e internacional das artes visuais.
“A finalidade da arte é expressar sentimentos, pensamentos e convicções por meio de valores estéticos. É o que acontece nessa potente mostra”, afirma a diretora-presidente do MON, Juliana Vosnika. “Exposições como essa justificam a nossa busca incessante em trazer cada vez mais visitantes para essa fruição de conhecimento, beleza e reflexão promovida pelo Museu.”
A secretária de Cultura, Luciana Casagrande Pereira Ferreira, enxerga cada exposição como uma jornada que ajuda na construção do MON como uma das mais importantes instituições culturais do continente. “Essa perspicácia em juntar linguagens, épocas e propostas diferentes enriquece a trajetória da instituição. Agora, é a vez do grande mestre Victor Brecheret encantar e seduzir o olhar do espectador. O Paraná recebe esse novo recorte de suas obras com muita honra”, afirma a secretária.
Conteúdo –
A exposição “O Feminino na Obra de Victor Brecheret” reúne esculturas e desenhos que alternam materiais e técnicas variadas, como bronze e mármore, bico de pena e caneta tinteiro, produzidos ao longo de décadas. Seus trabalhos têm como característica o desenhar com poucas linhas, límpidas e leves. Imagens femininas tomam forma a partir de poucos traços.
Nessa incrível seleção de obras, temos o privilégio de encontrar a última realizada pelo artista, em 1955: a escultura em bronze “Retrato de Marisa”, uma oportunidade única de contemplação. Também faz parte do conjunto o retrato “Juranda Brecheret”, esposa do escultor, na época do casamento.
A curadora fala sobre a exposição, que apresenta a arte de Brecheret relacionada ao eterno feminino. “Na psique do artista, ganha forma em suas obras os humores, os sentimentos, as intuições, a capacidade de amar e a sensibilidade à natureza”, diz Daisy.
Segundo ela, as pequenas, médias e grandes esculturas dessa exposição são predominantemente nus femininos relacionados ao simbolismo feminino da Terra, a Grande Mãe, a deusa Gaia, Geia, dos gregos, o elemento primordial e latente de uma potencialidade geradora ilimitada.
Os desenhos de Brecheret se apresentam na condição de sua singularidade, como de uma expressão autônoma de criação artística, independentes das esculturas expostas. Os 80 desenhos, em sua maioria, datam das últimas décadas de sua vida e constituem-se na materialização inicial da ideia. “Esculturas e desenhos guardam latências, emanações intangíveis do arquétipo feminino, provenientes da psique do artista”, conclui a curadora.
A exposição “O Feminino na Obra de Victor Brecheret” é uma parceria do Museu Oscar Niemeyer com o Instituto Victor Brecheret (IVB).
Imagens
Materiais da Exposição
Versão em áudio - Texto Institucional
Versão em áudio - Texto Curatorial
Versão em áudio - Texto Instituto Victor Brecheret
A exposição apresenta a arte de Brecheret, relacionada ao eterno feminino. Na psique do artista, ganham forma em suas obras os humores, os sentimentos, as intuições, a capacidade de amar e a sensibilidade à natureza.
As pequenas, médias e grandes esculturas desta exposição são predominantemente nus femininos relacionados ao simbolismo feminino da Terra, a grande Mãe, a deusa Gaia – Geia, dos gregos, o elemento primordial e latente de uma potencialidade geradora ilimitada.
Em diversos materiais e pertencentes a diferentes momentos de seu percurso artístico, desencadeiam um especial convite a vivenciar não só a estética das formas, na presença material dos corpos femininos, mas captar a atmosfera anímica das obras que o seu criador imprimiu na matéria.
Os significados são múltiplos, desde o foco no corpo feminino às alegorias, aos retratos, ao amor, ao ritmo, à música e às figuras sacras. Estabelecem um diálogo entre corpos extremamente forte, entre as peças e o visitante, oferecendo o prazer do sensível, desencadeado por sua presença física, no mesmo espaço. Caminhar em torno das esculturas cria sensações visuais, emocionais e sensíveis da forma, luz-cor, somadas à contemplação do significado.
Os desenhos de Brecheret se apresentam na condição de sua singularidade, como de uma expressão autônoma de criação artística, independentes das esculturas expostas. Os 80 desenhos, em sua maioria, datam das últimas décadas de sua vida (1935-1955), predominando os anos 1940-1950. Constituem-se na materialização inicial da ideia.
Desenhava de forma contínua quase compulsiva, sem modelos. Os corpos femininos guardam uma sensualidade natural e leve, e se estruturam mediante poucos traços, límpidos e longos, realizados em grafite, bico de pena e caneta-tinteiro; poucos apresentam hachuramentos. Agrupados em sete conjuntos, os desenhos proporcionam ao percurso do olhar perceber a sua intensa necessidade de criar formas.
As esculturas e os desenhos guardam latências, emanações intangíveis do arquétipo feminino, provenientes da psique do artista.
Daisy Peccinini
Curadora
Ao realizar a exposição “O Feminino na Obra de Victor Brecheret”, o Museu Oscar Niemeyer apresenta ao seu público um conjunto inspirador que permite não apenas contemplar, mas refletir.
A finalidade da arte é expressar sentimentos, pensamentos e convicções por meio de valores estéticos. É o que acontece nesta potente mostra, em que o espectador encontra mais de 100 obras de Brecheret, tão importante nome no cenário nacional e internacional das artes visuais.
São esculturas e desenhos que alternam materiais e técnicas variadas, como bronze e mármore, bico de pena e caneta tinteiro, produzidos ao longo de décadas. Seus trabalhos têm como característica o desenhar com poucas linhas, límpidas e leves. Imagens femininas tomam forma a partir de poucos traços.
Nesta incrível seleção de obras temos o privilégio de encontrar a última realizada pelo artista, em 1955: a escultura em bronze “Retrato de Marisa”, uma oportunidade única de contemplação.
Maior museu de arte da América Latina em área construída, o MON abriga referenciais importantes da produção artística nacional e internacional em seu respeitado acervo de mais de 14 mil obras. Famoso por seu imenso Vão-livre e pelo prédio icônico do Olho, é um espaço único, obra escultural com a assinatura do arquiteto homônimo, e que realiza significativas mostras, como a de Brecheret.
Em constante busca para se tornar cada vez mais vivo e atuante, nacional e internacionalmente, o MON oferece mais uma grande realização. Exposições como esta justificam a nossa busca incessante em trazer cada vez mais visitantes para essa fruição de conhecimento, beleza e reflexão promovida pelo Museu.
Juliana Vellozo Almeida Vosnika
Diretora-presidente | Museu Oscar Niemeyer
O Instituto Victor Brecheret (IVB) tem grande satisfação em apresentar a exposição “O Feminino na Obra de Victor Brecheret”, em parceria com o Museu Oscar Niemeyer (MON) e que tem como tema a mulher pela criatividade de Victor Brecheret.
A mostra reúne parte importante da obra do artista, trazendo uma seleção de esculturas dedicadas ao gênero feminino e que compreende mais de três décadas de inspiração e cuidadosa execução.
A exposição é de grande abrangência temporal. Nela são apresentadas peças do período de 1918 a 1955, com destaque para as várias fases e tendências de sua trajetória.
As esculturas são de vários períodos e diversos materiais, como mármore, pedra de frança, gesso, pedra granítica rolada pelo mar, bronze patinado e bronze polido. Oitenta desenhos acompanham as esculturas e levam o público a perceber os passos iniciais da criação artística.
O artista não só procura a figura, as superfícies, os volumes, a composição, mas, sobretudo, as resultantes de sua criatividade dedicada e intensa, que, ao moldar a matéria, faz dela emanar a alma feminina e os valores simbólicos, históricos e estéticos da mulher universal.
Estão expostas, entre outras, obras significativas da época em que o escultor ganhou projeção na Escola de Paris, quando conquistou seu espaço definitivo na escultura mundial.
O repertório desta exposição, em sua riqueza e diversidade, realizada em torno da figura da mulher, é extremamente revelador da alta qualidade da arte de Brecheret, que, aliada a uma percepção e sensibilidade, permite aos que a veem mergulhar em profundidade e extensão na alma feminina.
Dessa forma, o IVB realiza sua missão principal, contribuindo significativamente para a divulgação e compreensão da vida e obra de Brecheret.
Fica mais uma vez evidenciada, com mais esta exposição, a riqueza de leituras e entendimentos que a obra escultórica de Victor Brecheret oferece aos pesquisadores, estudiosos, colecionadores, estudantes e público em geral.
Há que se registrar a seriedade e competência das pessoas e entidades envolvidas na realização desta mostra, às quais o Instituto Victor Brecheret deseja expressar seu maior agradecimento.
Victor Brecheret Filho
Presidente | Instituto Victor Brecheret
As esculturas do corpo nu de mulher remontam à pré-história, como totem e fetiche. Na Antiguidade Clássica, a escultura de nu feminino ou masculino foi considerada a mais perfeita representação do ser humano, bem como no Renascimento e no Neoclassicismo.
As vanguardas, cubismo e futurismo, infundiram o maquinismo ao corpo humano, transformando-o em volumes e planos. Nos anos 1920, a Art Déco mescla a geometria tubista com as influências orientais, entre outras, elementos presentes em “Mulher Ajoelhada”, em bronze polido. Nos anos 1930 e 1940, suas esculturas mostram maior naturalismo, sob uma discreta disciplina geométrica e maior sensualidade, como nos bronzes “Mulher Reclinada” (década de 1930) e “Adolescente Reclinada” (década de 1940).
De início, o artista realiza fortes alegorias, mulheres catalizadoras da tensão dramática. Na fase da Escola de Paris, ele aborda o tema mitológico das três Graças ou Cárites, símbolo da harmonia. Cria uma versão moderna e inovadora, como alegorias das três raças humanas. Numa época em que se expandiam teorias racistas, Brecheret propõe a harmonia e igualdade entre elas, unindo as três alegorias pelos ombros em um eixo central. Na mesma época, realiza outra “Três Graças”, em bronze polido, rara composição abstrata geométrica. Nos anos 1950, retoma o mesmo tema e solução técnica, mas usando formas orgânicas e primitivas cobertas de incisões evocadas da arte indígena. Com a mesma orientação realiza “Filha da Terra Roxa”, c. 1947-48, e “A Índia Escondida por um Grande Peixe”, c. 1948, da “Série das Pedras”; ele representa o mito do boto que revela o sagrado feminino que gera a vida, talhando incisões no granito, que completam as marcas de erosão do mar. Atingindo um alto grau de monumentalidade, o bronze “Morena” (1951) simboliza as mulheres do povo original da terra brasileira. Na década anterior, integrando a paisagem urbana da cidade de São Paulo, as duas monumentais “Graça I” e “Graça II” marcam presença do feminino na cidade.
A relação da mulher com o ser masculino é tema raro, aparece no início dos anos 1930 em “O Beijo”, marcante escultura. Com volumes de poderosa expressão plástica, configura um casal apaixonado, de formas estilizadas naturalistas. Incute uma atmosfera de romantismo na suave inclinação da figura masculina em relação à mulher. “O Beijo”, de bronze polido, é outra versão do mesmo tema onde há uma fusão unindo o feminino e o masculino, formando um sólido geométrico oval.
Nos anos 1920, em Montparnasse, Brecheret viveu a atmosfera alegre do bairro, vários dancings e cabarés. Assistiu a espetáculos dos Bailados Suecos e Russos. “Dançarina”, da década de 1920, em bronze polido, da “Série das Dançarinas”, apresenta a visão maquinista do corpo, um efeito de deslizar rítmico, elegante, acentuado pela posição das mãos em arabesco e dos pés em ponta de uma dança oriental.
Nessa época, a figura da mulher também se relaciona à música. Brecheret executa várias “Tocadoras de Guitarra”, instrumento da moda das bandas americanas. “A Tocadora de Guitarra”, em bronze polido, é um típico exemplo do maquinismo do corpo feminino, uma arquitetura de corpos geométricos que se ajustam como peças de engrenagens de uma máquina.
Os retratos, esculturas relacionadas à comemoração individual, têm numerosa presença na obra de Brecheret. “Despertar da Glória”, c. 1923, é um retrato idealizado de Simone Bordat, noiva do escultor, nos anos em Paris. No início da década de 1930, sua crescente fama nas exposições lhe valeu várias encomendas importantes. Um exemplo é “O Retrato da Marquesa Soriano de La Gandara”, realizado, a meio corpo, no estilo Art Déco, com volumes lisos e sintéticos, dotado de introspecção sutil e serena. Da mesma época, “Máscara de Jovem”, c. 1930-1934, em bronze, é uma composição sintética de expressão suave e tranquila. O retrato póstumo “Dama Paulista (Olívia Guedes Penteado)”, de 1934, representa a mecenas do artista como figura reclinada e graciosa, participando do banquete da vida, segundo o mito etrusco. Em “Retrato de Juranda”, c. 1939, o escultor retrata a jovem esposa, captando o caráter juvenil, de expressão alegre, modelando uma interpretação naturalista e poética. Na série de retratos de belas mulheres da década de 1940, é exemplo “Itacy Pellegini”, c. 1943. Sua última obra foi um retrato feminino, o de sua sobrinha, “Retrato de Marisa”, de 1955. Nesse trabalho encontram-se as qualidades de tantos retratos feitos: pureza, limpidez de volumes, simplicidade e força plástica das formas sob uma ordenação rigorosa.
O tema feminino e religioso na escultura de Brecheret aparece desde sua fase inicial. O bronze “Soror Dolorosa”, de 1920, foi inspirado no livro de poemas homônimo de Guilherme de Almeida. A composição dramática e tensa, bastante moderna, dispõe frente a frente a cabeça da mulher mística, contemplando o rosto do Cristo sacrificado. Nos anos 1920, em Paris, o artista desenvolveu uma produção de arte religiosa mais intensa e exaltada pela crítica. O tema de predileção foi a Virgem Maria, como em “Fuga para o Egito”, em bronze polido. As figuras Art Déco são estilizadas e elegantes. Na década de 1950, retoma a arte religiosa e compõe várias obras com o tema da Virgem com o Filho, como em “Virgem com o Menino”. A composição é sintética, os volumes são rusticamente definidos e os detalhes, por meio das incisões, com figuras de animais e grafismos. “Virgem da Anunciação”, de 1955, uma das suas últimas obras sacras, composta da Virgem adolescente e do Arcanjo Gabriel, retoma a delicadeza e a elegância das Madonas dos anos 1920. O tema do feminino é tratado com simplicidade, segundo uma perspectiva bastante espiritual. Destaca-se a monumental “Portadora de Perfume (Madeleine aux Parfums)”, de 1924, que teve destaque no Salão de Outono daquele ano em Paris.
Constituem a maioria. Como uma imagem poderosa, as figuras femininas ocupam sozinhas a folha de papel. Às vezes dividem espaços da folha com outras figuras em posturas diferentes.
As mais antigas, da década de 1930, realizadas com lápis grafite, têm uma apresentação estática, como deusas clássicas. Nos anos 1940 e 1950, o desenho de Brecheret mudou, infundindo uma dinâmica naturalista nos corpos femininos.
Codifica um tipo de mulher de cintura fina, seios altos, quadris ondulantes e generosos. O tratamento do rosto não tem importância, e sim os elementos sensuais do corpo; também os membros, como as mãos e os pés, não são apresentados. Em alguns desenhos, a figura feminina é associada a um elemento de interesse, como um pássaro nas mãos.
Outro tema de preferência bastante recorrente nos desenhos são os dorsos femininos. A parte posterior do corpo feminino é apresentada em posturas leves e sinuosas.
Em alguns casos, os dorsos inclinam-se sensualmente em curva, destacando-se os volumes carnudos da base da coluna. Em outros dorsos, os braços são elevados ou afastados do tronco.
Destaca-se que a visão dos dorsos nus femininos foi um motivo erótico visual e literário bastante comum entre os gregos.
Os desenhos de figuras nuas de perfil ou três quartos mostram movimentos. A disposição das partes do corpo denota o desencadeamento de uma ação. As posturas são elegantes e parecem flutuar no ar. Como o artista não desenvolve as finalizações – pés, mãos e cabeças –, algumas imagens parecem sair da folha de papel, direcionando-se para cima ou para os lados.
Os nus femininos reclinados, entre os desenhos de Brecheret, têm uma apresentação especial – quando sozinhos, ocupam toda a extensão longitudinal da folha. Há nessas composições um inegável valor monumental dos grandes nus femininos que povoam a história da arte e que o artista também realizou em esculturas.
A figura é poderosa, tem os seios empinados, a cabeça atirada para trás, uma erótica sinalização de prazer. As linhas fluidas e finas desenham a cintura delgada, que antecede as grandes curvas dos quadris e a sinuosidade das coxas.
Os raros desenhos que mostram mulheres em relacionamento amoroso com o masculino são enigmáticos. Criam situações de amor poético e suave, portanto idílico. Curiosamente, dois deles apresentam situações de triângulo amoroso, entre duas mulheres e um homem.
Um casal de noivos caminha de mãos dadas, trocando olhares embevecidos; no plano de trás percebe-se uma figura feminina que inclina a cabeça dolorosamente. Há uma sensualidade sutilmente presente, com a nudez dos corpos masculino e feminino.
Um casal dançando, um entretenimento amoroso leve, erótico pela nudez dos corpos, suavizado pelos gestos das mãos em arabesco e os olhares semicerrados, denotando a intensidade da emoção interior.
Há vários desenhos que abordam o sagrado feminino, segundo a figuração de mulheres santas, relacionados à sua produção de arte sacra, vinculada à religião católica.
Admirava a estatuária medieval das igrejas nos anos 1920, em Paris. Os desenhos com o tema “Fuga para o Egito”, da segunda metade da década de 1920, referem-se a essa fase.
Geralmente, Maria é desenhada como mãe que protege o Filho, seja sob os traços estilizados da art déco no período parisiense, enquanto que é desenhada com formas orgânicas e com pequenos símbolos do primitivismo, na fase da arte indígena, dos anos 1940 e 1950.
Vários desenhos de Brecheret trazem a dualidade do sagrado e do profano, isto é, imagens de nus femininos junto a figuras sacras. À primeira vista, pode-se pensar em uma oposição, a imagem de uma mulher nua e o sagrado das figuras santas. Uma análise mais profunda, em que se apresentam íntimos os dois elementos, pode revelar outro entendimento.
De fato, a essência do pensamento do artista em relação à mulher segue o arquétipo pré-histórico da sacralidade, que é inerente à imagem da mulher nua, tema presente em toda a sua produção de desenhos. Exemplarmente, podem-se observar os desenhos de figuras nuas em torno do Cristo Crucificado, bem como a marcante composição do frade tonsurado que olha com fervor e devoção o pequeno nu feminino que eleva e traz junto a si a palma da mão.
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