“Convivendo em harmonia com a impermanência”, com curadoria de Géraldine Lenain, é a nova edição da exposição “Ásia: a Terra, os Homens, os Deuses”, realizada pelo Museu Oscar Niemeyer (MON), em cartaz na Sala 5.

Luciana Casagrande Pereira, secretária de estado da Cultura do Paraná, observa que a renovação da exposição asiática reforça o compromisso do MON em oferecer ao público uma experiência cultural ampla e diversificada. “Essa mostra nos convida a refletir sobre a impermanência, a transformação, e pela primeira vez desde a chegada da coleção asiática ao acervo do MON, haverá uma integração entre o passado e a contemporaneidade, que deve instigar muito o público”, pontua.

“A chegada da coleção asiática ao MON, anos atrás, elevou o MON ao patamar dos grandes museus internacionais”, comenta a diretora-presidente da instituição, Juliana Vosnika. A exposição, que apresenta um recorte desse acervo, doado pelo diplomata Fausto Godoy, já teve algumas reformulações e rendeu itinerâncias ao interior do Estado do Paraná, alcançando milhares de pessoas.

“Agora, de uma maneira arrojada e singular, a exposição se renova, com o objetivo de chegar a um público cada vez maior, democratizando ainda mais o acesso a essa riquíssima coleção”, diz ela. Dessa vez, a intenção do MON é realizar um diálogo entre arte asiática clássica e artistas contemporâneos daquele continente.

“A arte contemporânea busca nos mostrar que sempre pode haver beleza nas imperfeições e nos processos. Todos estamos em constante mutação, e a arte é um caminho para o equilíbrio móvel que é a vida”, afirma Juliana.

Como estar em harmonia com a impermanência é a proposta desta intervenção da mostra asiática. Entre outras novidades, o público encontrará experiências imersivas em tempo real, biblioteca de vídeos interativos, videoinstalação e um “Museu Virtual", com 16 obras de 12 artistas asiáticos. Dessa forma, o MON mantém sua premissa de oferecer experiências únicas e transformadoras aos visitantes.

A beleza da impermanência

“A impermanência é um dos princípios fundamentais da filosofia budista. Isso significa que nada é imutável, tudo está em constante movimento”, diz a curadora. Portanto, precisamos nos adaptar às mudanças inevitáveis em nosso ambiente e, consequentemente, rever nossas certezas, nossos comportamentos e nossos hábitos. “Na Ásia, a impermanência é tão antiga quanto o tempo, e ainda é relevante hoje”, comenta Geraldine.

Ela explica que a obra “Minha casa no ar”, uma performance da artista coreana Jisoo Yoo, que faz parte da exposição, apresenta um espaço familiar (a casa) de maneira efêmera e instável. “Em seu trabalho, a incerteza e a fragilidade não são necessariamente negativas. Como disse Buda, não há nada constante, exceto a mudança”, diz.

Museu virtual

A intervenção contemporânea asiática também apresenta a exposição virtual “Como uma roda dentro de uma roda”, com curadoria de Martina Köppel-Yang, que reúne trabalhos que abordam a noção de mudança e impermanência.

Os trabalhos apresentados na exposição abordam esse assunto de diferentes ângulos e em diferentes mídias: escultura, fotografia, vídeo e pintura. O aspecto da agência é mais predominante nas obras de Adel Abdessemed, Chen Zhen, Shen Yuan, Tian Dexi e Zheng Guogu, enquanto An Xiaotong, Chen Shaoxiong, Jia Aili, Jin Jiangbo, Wang Du, Wang Qingsong e Yang Jiechang abordam outras facetas, como a memória, a perda e visões de harmonia e beleza.

Nessa mostra, os artistas representados são: Adel Abdessemed, An Xiaotong, Chen Zhen, Chen Shaoxiong, Jia Aili, Jin Jiangbo, Shen Yuan, Tian Dexi, Wang Du, Wang Qingsong, Yang Jiechang e Zheng Guogu.

Biblioteca interativa

A biblioteca interativa reúne os vídeos: “Jiang Nan Poem” (2005), de Qiu Anxiong, que combina os visuais tradicionais da China de galhos de árvores, pássaros e espaço, usando mudanças sutis entre elementos estáticos e dinâmicos para criar uma relação temporal e espacial.

“Post Pause” (2004), de Jiang Zhi, apresenta uma narrativa poética e onírica ambientada em uma manhã tranquila de Shenzhen, misturando a vida urbana cotidiana com a interseção de poética e de sociologia do artista.

“Joss” (2013), de Cheng Ran, com comentários crítico-sociais sobre a globalização cultural chinesa com um cinema crítico estilizado.

“Speech” (2005), de Li Songhua, apresenta um jovem chinês que lê um discurso sobre o glorioso futuro econômico da China. E, por último, o vídeo “Wing and Water – Zheng Guogu”, é estrelado pelo artista contemporâneo chinês Zheng Guogu e dirigido por Felicitas Yang.

E ainda a Coleção DSL, com “Phantom Landscape” (2009), trabalho cinematográfico animado de Yang Yongliang, que mistura crescimento urbano com vida moderna e tradições culturais estagnadas.

Coleção asiática

Disputada por outras instituições do Brasil e por colecionadores do exterior, a coleção asiática do MON é composta por 3 mil peças de arte. Quando chegou, em 2018, provocou uma discussão sobre a definição de uma nova linha curatorial pelo conselho cultural do Museu.

Foi quando se abriu espaço no acervo, com ênfase também para as artes asiática, africana e latino-americana, em consonância com os grandes museus do mundo, tornando-o distinto da tendência eurocêntrica que domina a cultura ocidental.

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SOBRE O MON

O Museu Oscar Niemeyer (MON) é patrimônio estatal vinculado à Secretaria de Estado da Cultura. A instituição abriga referenciais importantes da produção artística nacional e internacional nas áreas de artes visuais, arquitetura e design, além de grandiosas coleções asiática e africana. No total, o acervo conta com aproximadamente 14 mil obras de arte, abrigadas em um espaço superior a 35 mil metros quadrados de área construída, o que torna o MON o maior museu de arte da América Latina.

Serviço:
“Convivendo em harmonia com a impermanência”
A partir de 22/11
Sala 5

Publicado por

Museu Oscar Niemeyer

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