O Labirinto da Luz
Orlando Azevedo
MON realiza exposição inédita do fotógrafo Orlando Azevedo
O Museu Oscar Niemeyer (MON) apresenta a mostra “O Labirinto da Luz”, que celebra os 50 anos de fotografia de Orlando Azevedo. São 237 imagens, com curadoria de Rubens Fernandes Junior, que podem ser vistas pelo público a partir de 24 de dezembro, na Sala 1.
O curador criou um labirinto que divide a exposição em núcleos referentes a algumas das vertentes criativas do fotógrafo. São eles: “Ruínas”; “Religiosidade”; “Índia”; “Cósmica”; “Retratos”; “Marinhas”; “Corpo e Movimento”; “Paisagem”; “Festas e Populares”; “iPhone”; “Surreal” e “Voo”.
Artista
Orlando Azevedo
Curadoria
Rubens Renato Fernandes
Período em cartaz
De 23 de dezembro de 2021
Até 15 de maio de 2022
Local
Sala 1
Planeje sua visita
SAIBA MAIS SOBRE A EXPOSIÇÃO
“A exposição é um haikai ou a síntese de um ciclo de vida”, explica o fotógrafo. “Produzi tanto e em tantos caminhos que há muitas obras que ficaram pelas gavetas”, comenta. Segundo ele, são no total 160 mil matrizes analógicos e pelo menos o dobro em digitais. Orlando informa que as imagens selecionadas para a mostra foram impressas em algodão por Daniel Nitzsche, em Curitiba.
A diretora-presidente do MON, Juliana Vosnika, afirma que a vocação do Museu Oscar Niemeyer para colecionar e expor fotografias, entre outras vertentes artísticas, se confirma com a realização desta grandiosa exposição.
“‘O Labirinto da Luz’ é um marco às cinco décadas de trabalho de Orlando Azevedo, paranaense por escolha própria, artista múltiplo, que tem na fotografia sua marca registrada”, diz. “Encontramos aqui uma coletânea com centenas de imagens que traduzem sentimentos abstratos e momentos reais, num equilíbrio perfeito.”
O curador da mostra explica que a exposição traz o melhor da fotografia de Orlando. “É um conjunto expressivo que transita livremente entre o documental e o abstrato. São representações e inquietações que surpreendem pela beleza e pela invenção”, define Rubens Fernandes Junior. Ele informa que, diante de uma obra múltipla e caleidoscópica, surgiu a opção de criar os núcleos, muito singulares, que contemplam parcialmente sua produção.
“Orlando pontua suas imagens com a força bruta do estranhamento. Paisagens oníricas e paisagens marinhas, aparições e ruínas, o corpo em movimento e o cotidiano popular, retratos perturbadores e absurdos improvisados que beiram o surrealismo”, diz Rubens.
Além das abstrações e construções surreais, a mostra apresenta fotos de natureza e paisagem onde a presença humana e sua saga se fazem presentes. Num dos núcleos, por exemplo, estão 57 imagens feitas por iPhone, que o fotógrafo usa frequentemente como se fosse um bloco de anotações ou um diário de emoções.
Orlando Azevedo possui obras em diversos acervos do Brasil e de outros países, como no International Center of Photography, em Nova York; Centre Georges Pompidou e Museu Francês de Fotografia, em Paris; Museu de Arte de São Paulo (MASP); Museu de Arte Moderna de São Paulo; Instituto Cultural Itaú; Museu de Fotografia Cidade de Curitiba; Empresa Portuguesa das Águas Livres/Lisboa; Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro; Museu Afro Brasileiro, em São Paulo; Fototeca de Cuba, em Havana, além do próprio Museu Oscar Niemeyer (MON), e também várias e importantes coleções privadas nacionais e internacionais
No total, Orlando tem 12 livros publicados e entre eles estão: “Mestiço – Retrato do Brasil” (2019); “Augusto Weiss 1890/1990” (2017) e “Rio Grande/RS” (2014).
Serviço:
Exposição “O Labirinto da Luz”
A partir de 24 de dezembro
Imagens
foto: Orlando Azevedo
foto: Orlando Azevedo
foto: Orlando Azevedo
foto: Orlando Azevedo
foto: Orlando Azevedo
foto: Orlando Azevedo
foto: Orlando Azevedo
foto: Orlando Azevedo
foto: Orlando Azevedo
foto: Orlando Azevedo
foto: Orlando Azevedo
foto: Orlando Azevedo
foto: Orlando Azevedo
foto: Orlando Azevedo
Vídeo destaque
Confira a mediação feita na mostra "O Labirinto da Luz", que celebra os 50 anos de fotografia de Orlando Azevedo. São 237 imagens, com curadoria de Rubens Fernandes Junior.
Materiais da Exposição
ORLANDO AZEVEDO
Orlando Manuel Monteiro de Azevedo
Nasceu em 1949, na Ilha Terceira, Açores/Portugal.
Vive no Brasil desde 1963. Formado em Direito.
Dedica-se profissionalmente à fotografia documental em projetos especiais, assim como à criação autoral, em seu estúdio, em Curitiba.
Especializado em expedições e projetos de longa duração.
Editor e curador.
Utiliza dois outros heterônimos – Yury Andropov e Jacob Bensabat – para outros temas dentro da diversidade de sua produção.
Obras em acervo
International Center of Photography, em Nova York; Centre Georges Pompidou; Museu Francês de Fotografia/Paris; Museu de Arte de São Paulo; Museu de Arte Moderna de São Paulo; Instituto Cultural Itaú; Museu de Fotografia Cidade de Curitiba; Empresa Portuguesa das Águas Livres/Lisboa; Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro; Museu Afro Brasileiro, em São Paulo; MON – Museu Oscar Niemeyer, em Curitiba; Fototeca de Cuba, em Havana.
Várias e importantes coleções privadas nacionais e internacionais.
Livros publicados
2019 Mestiço – Retrato do Brasil
2017 Augusto Weiss 1890/1990
2014 Rio Grande/RS
2012 Expedição Coração do Brasil – Paranaguá, Lagamar
2010 Marinhas – Arqueologia da Morte
2008 Expedição Coração do Brasil – Paraná
2004 Brennand
2004 Sudarium
2002 Iguaçu
2002 Coleção Coração do Brasil, três volumes: Homem, Terra e Mito
1994 Jardim de Anões
1987 Fitas e Bandeiras Venske
Em 1963 chegou ao Brasil e realizou curso de fotografia pelo Instituto Universal.
Durante os anos de 1969 e 1979, foi líder, letrista e baterista do grupo de rock A Chave, que tocou com os principais grupos do Brasil, tais como Mutantes, Rita Lee, Casa das Máquinas, Joelho de Porco e Bill Haley e Seus Cometas.
Em 1981 retornou à sua vocação como fotógrafo, montando estúdio com Vilma Slomp e Peter Lorenzo.
Em 1985, seus projetos foram: Encyclopédie Internationale des Photographes, Editions Camera Obscura, Suíça, e CD editado, posteriormente, em parceria com a Maison Européenne de la Photographie, 2000.
Entre 1994 e 1998, foi diretor de Artes Visuais de Curitiba, quando organizou como curador dezenas de mostras com artistas nacionais e internacionais.
Criou a Bienal Internacional de Fotografia Cidade de Curitiba, em três edições, sendo que a partir de importante acervo de fotografia que foi constituído deu origem à criação do Museu de Fotografia Cidade de Curitiba, tendo sido seu idealizador.
Entre as dezenas curadorias, realizou a I, II e III Bienal Internacional de Fotografia Cidade de Curitiba e a exposição “A Revolta”, do artista Franz Krajcberg, com mais de um milhão de visitantes durante o ano de 1995.
Dezenas de matérias especiais e entrevistas para jornais e revistas nacionais e internacionais.
Participou de diversas exposições individuais e coletivas.
Colabora para inúmeras revistas no Brasil e no exterior.
Tem integrado júris e comissões de análise de portfólios, proferido palestras e elaborado textos críticos de artistas no Brasil e no exterior.
Em 1998 foi considerado artista português de destaque no universo das artes visuais residente no Brasil, através do Ministério das Relações Exteriores e da Secretaria das Comunidades Portuguesas, em Portugal.
Em 2003 recebeu o Prêmio Talento do Paraná.
Em 2005, a Câmara dos Vereadores de Curitiba conferiu certificado de Honra e Mérito à sua participação na Comunidade Portuguesa em Curitiba e na cultura local.
Em 2007 recebeu o Prêmio Cultura e Divulgação Cidade de Curitiba.
É um dos três finalistas mundiais no campo das artes de portugueses radicados no exterior.
Em 2009 lançou o livro “Haruo Ohara”, sobre a obra desse fotógrafo emigrante japonês, pioneiro da cidade de Londrina e agricultor.
Em 2010 foi convidado pela Embaixada do Brasil em Sri Lanka, através do diplomata Pedro Bório e do Itamaraty / Ministério das Relações Exteriores, para expor e dar palestras em Colombo (Sri Lanka) e em Mumbai e Delhi (Índia).
Em 2013 ministrou palestra no Photo Book, no LX Factory, em Lisboa.
Em 2014 ministrou palestra na Biblioteca Municipal de São Miguel, na Ilha de São Miguel, em Açores.
Entre 2014 e 2018, criou o curso intensivo Fotografia Visceral, junto com a Escola Portfólio, e iniciou a organização de seu acervo/museu com 160 mil matrizes analógicas e mais de 300 mil digitais, além de centenas de impressões vintage em prata.
Expedição Coração do Brasil
Entre 1999 e 2002, foi idealizador e coordenador da Expedição Coração do Brasil. Nesse projeto, percorreu 70 mil quilômetros de todo o território nacional num jipe, fotografando o país. A Expedição resultou em exposições no Brasil e no exterior, além da publicação dos livros “Homem”, “Terra” e “Mito”, integrando a coleção “Coração do Brasil”, que se encontra completamente esgotada.
Em 13 de setembro de 2005 iniciou a Expedição Coração do Paraná, com término em abril de 2006. A Expedição Coração do Paraná foi uma continuação da Expedição Coração do Brasil, interminável projeto de vida e de documentação do patrimônio humano e natural do país. Nesse novo ciclo percorreu também em veículo 4x4 mais de 20 mil quilômetros.
A Expedição Coração do Paraná resultou num invulgar documento visual, que originou uma mostra apresentada no Museu Oscar Niemeyer (MON), com cerca de 200 imagens processadas e elaboradas museologicamente pelo printer Silvio Pinhatti. Posteriormente, lançou a edição do livro “Expedição Coração do Brasil – Paraná”, obra trilíngue com 634 páginas em acabamento de luxo.
Em maio de 2011 iniciou a nova expedição do projeto “Coração do Brasil – Paranaguá, Lagamar”, quando permaneceu um período de 12 meses numa embarcação percorrendo toda a região entre Guaraqueçaba, no Paraná, e Iguape, no Estado de São Paulo, documentando a cultura caiçara, assim como esse importante complexo estuário do Lagamar. Hoje esse livro é referência do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), através de Amir Klink.
Em novembro de 2012 lançou a obra “Expedição Coração do Brasil – Paranaguá, Lagamar”, junto com a mostra em sua Galeria Lux, em Curitiba. Essa mostra encontrou-se em caráter permanente dentro do Forte da Ilha do Mel e agora, na Estação Ferroviária de Antonina.
Nos meses de setembro a novembro de 2014 realizou uma expedição ao arquipélago dos Açores, onde documentou seu patrimônio natural e humano, percorrendo as nove ilhas de sua saga. Pretende editar novo livro com o material produzido.
Em 2016 apresentou a mostra “Ruínas” no Museu Metropolitano de Arte de Curitiba (MUMA), onde assumiu seu novo heterônimo, Jacob Bensabat, para esse trabalho e série dentro da diversidade e multiplicidade de sua obra, assim como na Casa dos Contos, em Ouro Preto.
Participou também da mostra “Portugal, Portugueses”, com curadoria de Emanoel Araújo, no Museu Afro, em São Paulo, onde se apresentaram os mais importantes artistas portugueses contemporâneos no mundo.
Em 2017 publicou um livro histórico de Augusto e Alberto Weiss (pai e filho), a partir de sua coleção privada de chapas de vidro de 1880 a 1990, contendo diversos temas e registros do começo da colonização, com seus novos emigrantes, sendo que depois esse mesmo acervo foi transferido em caráter definitivo ao Instituto Moreira Salles (IMS).
Em 23 de maio de 2018 inaugurou a mostra “Ruínas”, no Narrows Center of The Arts, em Fall River, Massachussets/EUA.
Em outubro de 2018 inaugurou a mostra “Terra Mater”, em caráter permanente, na Ópera de Arame, em Curitiba.
O ano de 2018 foi dedicado quase que exclusivamente à edição final e diagramação dos novos títulos/livros a serem publicados: “Mestiço – Retrato do Brasil”; “Cósmica”; “Açores”; “Divino”, “Câmara Ardente”; “Ruínas”; “Jardim de Anões”; “Lisboa” e “Selfie-se Quem Puder”, contendo três obras realizadas com iphone – “Diário de Bolso”, “Deleite” e “Estranhas Entranhas”.
Em abril de 2019 participou da “Mostra Paraná”, como artista convidado, para a reabertura do Museu Campos Gerais da UEPG, em Ponta Grossa.
Em 2019 lançou sua nova obra, “Mestiço – Retrato do Brasil”, com 400 retratos em P&B de brasileiros anônimos do Chuí ao Oiapoque. Foi finalista do Prêmio Jabuti.
Em 2020 apresentou duas individuais em Lisboa – “Ruínas”, na Galeria Santa Rita Maior, e “Sudarium”, na Pequena Galeria.
O artista mora em Antonina, pequeno vilarejo caiçara no Paraná.
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Orlando Azevedo
www.orlandoazevedo.com.br
contato@orlandoazevedo.com.br
Rua Júlia Wanderley, 161
CEP 80.430-030
Curitiba – Paraná – Brasil
(41) 3335-2002
O LABIRINTO DA LUZ
Orlando Azevedo celebra 50 anos de fotografia.
A exposição “O Labirinto da Luz”, referência direta à poesia de Mário de Sá-Carneiro, traz o melhor de sua fotografia – um conjunto expressivo que transita livremente entre o documental e o abstrato. Representações e inquietações que surpreendem pela beleza e pela invenção. Diante de uma obra múltipla e caleidoscópica, nossa opção foi criar dez núcleos, muito singulares, que contemplam parcialmente sua produção.
Suas fotografias, atravessadas por sonoridades inaudíveis, nos permitem identificar um desejo incomum de estabelecer leituras com cadências e ritmos, timbres e sonoridades. E insinuações visuais que exigem muita atenção. Orlando pontua suas imagens com a força bruta do estranhamento. Paisagens oníricas e paisagens marinhas, aparições e ruínas, o corpo em movimento e o cotidiano popular, retratos perturbadores e absurdos improvisados que beiram o surrealismo.
Seu caminhar errático no labirinto da luz se dá sempre com os olhos atentos, voltados para aquilo que só mesmo a claridade intensa pode desvendar – o mistério do improvável. Na solidão da rua e na solidão do percurso, ele desafia a indiferença e busca o poético no detalhe e no banal. A nitidez e a transparência, o instável e o instante, a opacidade e a sombra. Uma espécie de reinvenção do realismo fotográfico, vasto e complexo. Isso embala sua vida inquieta quando percorre os trajetos do acaso que atraem sua percepção.
Orlando Azevedo tem seu nome inscrito na cena cultural da fotografia nacional e da cidade de Curitiba, alcançando muitos outros territórios.
Músico, fotógrafo, poeta e gestor cultural, seu percurso é diverso, mas é com a fotografia que a expressão de suas inquietudes evidencia os tênues limites entre vida e arte. Diante da dúvida, a eterna insatisfação que viabiliza a sua obra fotográfica – registros dos afetos e dos sonhos.
Mergulhem nesse labirinto!
Rubens Fernandes Junior, pesquisador e curador de fotografia
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